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Associação que reivindica área de terras invadida que mobilizou Polícia Militar em Vilhena denuncia violência contra idoso

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"O idoso foi algemado e colocado com brutalidade na caçamba da viatura pelos policiais"

Vilhena, RO - No último domingo, 17, o FOLHA DO SUL ON LINE trouxe detalhes da prisão de 17 pessoas acusadas de invadir uma propriedade na área rural de Vilhena. A reportagem se baseou no relato policial, que registrou a ação contra o grupo, que estava nas proximidades de uma fazenda onde já aconteceu uma chacina que chocou o Estado de Rondônia (ENTENDA AQUI).

Representantes de uma entidade que reivindica a posse da terra entraram em contato com o FOLHA DO SUL ON LINE e pediram para apresentar sua versão sobre o episódio. Como a associação está regular e é assistida por advogados, o site concedeu o direito de resposta, após todos os dirigentes se identificarem como: Adilson Almeida, Nelson Gomes, Miguel Castro e Ananias Pereira.

No texto abaixo, sob a responsabilidade dos acampados na área em litígio, eles denunciam que houve violência na ação policial e, segundo a defesa do grupo, a abordagem foi feita sem qualquer ordem judicial. Eles forneceram fotos do acampamento e prometeram lutar na justiça pela área, na qual estavam desde 2002.

O FOLHA DO SUL ON LINE chegou a enviar mensagem para o comando da Polícia Militar em Vilhena, para que a corporação se manifestasse sobre a operação, mas não houve resposta. LEIA ABAIXO, na íntegra, as denúncias por escrito enviadas à redação:

Segundo a matéria do jornal www.folhadosulonline.com.br, na tarde da última sexta feira dia 15-11-2024, o comando da Polícia militar de Vilhena recebeu a denúncia de que um grupo de sem-terra havia invadido a fazenda OCB pertencente à família C. B., proprietária da rede de postos e transportes de combustíveis Batista.

A matéria do jornal citado tem inverdades, e iremos provar para o poder público e para a sociedade. Existem vídeos e testemunhas provando o contrário do que foi relatado na matéria. Os membros da Associação Nova Canaã, em reunião, decidiram montar um acampamento às margens da Kapa 140, Linha 90, estrada sob o domínio do DER de Rondônia no município de Vilhena, próximo à área da Fazenda Vilhena, nos lotes 75 e 85, área essa que está à disposição da justiça federal e Incra Nacional.

Até o presente momento, estavam sendo impedidos de acampar as margens da estrada na área citada acima, devido a presença de pistoleiros financiados pela Fazenda OCB, que se instalaram no Lote 85, com residência fixa desde a retirada dos membros da associação, em 08-09-2019, pela justiça de Vilhena.

No local, a família que se diz dona da Fazenda OCB instalou uma torre de monitoramento com câmera de alta resolução, monitorando o movimento das pessoas que transitam na Linha 95. Durante a abordagem policial na manhã do dia 16-11-2024, houve intimidação da parte dos policiais, não apresentando nenhum documento emitido pela justiça, ordenando aos acampados que se retirassem.

Um acampado de 80 anos (senhor Daniel Bernardo) foi impedido de finalizar a refeição com o uso da força, por parte dos policiais, e recebeu uma gravata no pescoço, sendo asfixiado, quase vindo a desmaiar. O idoso foi algemado e colocado com brutalidade na caçamba da viatura pelos policiais. Depois, foi conduzido à delegacia, acusado de resistência e desacato. Testemunhas relataram que isso foi um ato de tortura, sendo que os policiais devem responder na justiça por esse abuso de poder contra a vida de uma pessoa.

Um dos acampados filmou toda a cena de violência contra o senhor Daniel. Mas foi intimidado por um policial e teve o celular retido e os vídeos apagados. Logo após, teve o celular devolvido. Já o celular do presidente da associação foi retido pelos policias no local do acampamento, e somente devolvido no final do dia, na Unisp em Vilhena. Ele percebeu que seu celular foi conectado a um computador e seu WhatsApp web está sendo monitorado.

O que podemos perceber é o poder público de Vilhena e o Incra de Rondônia sempre favorecendo a família C. B. com relação a área da Fazenda Vilhena. Foram feitas várias denúncias de retirada ilegal de madeiras e desmatamento para fazer pastagens naquela área. Existem maquinários trabalhando ilegalmente dentro da fazenda e o poder público fecha os olhos para esse crime ambiental. Deixo essa reflexão: quem realmente são os verdadeiros invasores de terra pública???














Fonte: Folha do Sul

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