A rejeição ao acordo uniu parlamentares de diferentes espectros políticos. Paul Molac ressaltou que a oposição ao Mercosul é uma raridade em termos de consenso na Assembleia. A preocupação gira em torno da competição desleal enfrentada pelos agricultores franceses, que estão sujeitos a rigorosas normas ambientais e sanitárias enquanto competem com produtores que não seguem as mesmas restrições.

Além disso, a deputada Helene Laporte (Rassemblement National) e o deputado Antoine Vermorel (Droite Républicaine) levantaram acusações contra o Mercosul, citando uso de produtos proibidos e alegações de danos à saúde pública. Vermorel afirmou que a carne importada do bloco representa uma ameaça à agricultura francesa e pediu o fortalecimento das normas locais para proteger os agricultores.

O embate ocorre em meio a tensões entre empresas francesas e o setor agrícola brasileiro. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciou medidas contra acusações envolvendo a qualidade de seus produtos, incluindo ações direcionadas ao Carrefour e outras companhias francesas. As críticas refletem a crescente resistência ao acordo comercial, que enfrenta obstáculos tanto políticos quanto econômicos.